NA MADRUGADA ÁS TRÊS

Olho a tela branca
Frente ao quarto escuro.
Olho o muro,
Vejo mudo sem palavras.
Sem vontade de escrever,
Olho o ser, o talvez e o nada
Contemplo o ser e o não ser.

Desculpas a Sartre e a Shakespeare pela paródia,
Cópia triste de verdades eternas.
Mas continuo observando a madrugada,
O eco ensurdecedor do meu pensamento.
Permaneço olhando o breu escuro,
A vida que não viceja,
O carro que não passa.

Eu, tolo humano passageiro
Vejo a tela branca recheada de palavras.
Observo um ponto de luz no breu,
E, de repente, um carro passou
Por sob minha janela.
São três da manhã
E um novo dia ainda não começa.

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