EU... A OUTRA PARTE

Ainda não sei o que dizer.
Nesta madrugada, começo a escrever,
Movido pela constância do trivial,
Por qualquer estinto banal,
Apenas pelo dia que se inicia.

Não gostaria que fosse assim,
Não escrevo por obrigação.
Portanto, registro a razão da minha estada,
Carrego letras nesta madrugada,
Falando de um pedaço de mim.

Esta parte arrancada e tornada outra.
Monumento à diferença tão semelhante,
Tragédia, soberba, teatro andante.
Caminhante, lado a lado,
Parceria de todos os dias.

Mestre nas horas que me cercam.
Doadora de vida,
Guia do meu caminho,
Farol da minha embarcação,
Horizonte de minha trajetória.

Esta outra parte é carnal.
Fantástica, imaginária ou real,
Está em toda parte e em lugar algum.
É fêmea, macho e sem gênero,
Esta outra parte... é algo de efêmero.

Não possui forma e, ainda assim, é linda.
É minha parte que alucina,
Pragueja e baba... soluça e grita.
Outra parte de mim se agita.
Essa outra parte... sou eu.



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