SONHOS II

Sonhei hoje que não mais sonhava,
Acordava triste por não mais tê-lo feito.
Não são jogos simples com palavras...
Apenas sentimento único nunca desfeito.

Sonhei com um mundo azul
Isento de pessoas e seus corcéis de aço.
Sonhei com um mundo nú
Sem roupas, máscaras... sem março.

Sonhei ontem num eterno abraço,
Esmaecido com o passar dos anos.
Acordei hoje, de súbito, vago.
Farto em meus desenganos.

De tanto sonhar não dormi ontem.
Fiquei acordado como quem vigia...
A pedra que rola sobre minha cabeça,
Destrói pensamentos, tradição... ainda que tardia.

Sento numa sala enrugada,
Cheia do mofo corrosivo da permanência.
Está na hora de mudar... me dizem!
Preciso agir com indecência.

Ir de encontro ao estabelecido,
Transgredir o vazio, encher as regras.
Não são palavras e sim sentimentos...
Chega de calçar o passo alheio.

Decidi folgar hoje, sonhando,
Preenchendo de egoísmo um mundo que não é meu.
Sonho contínuo, cotidiano, ateu.
É o que a vida deve ser!

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