O AMOR MORREU

O amor morreu!
E eu, indigno ateu... descrente
Fico a chorar, sorridente,
Inerte sobre seu túmulo.

Aqui, no acúmulo, no fundo...
Do poço de minhas mágoas,
Assisto notícias vagas,
Daquele fúnebre cortejo.

O amor morreu!
A prazo... a varejo,
Vendeu-se por mero desejo,
Na cama do sonho ateu.

Amor é companhia esperada,
Vilipêndio que se perdeu,
Vida compartilhada,
Vigília, amor meu.

O amor está morto!
Cortaram-lhe a cabeça.
Os restos foram espalhados,
Salgados e expostos na praça.

Resta-nos chorar sua ausência,
Viver na sobriedade doentia,
Sonhar com a alma vazia
E orgulhar-se da falta de apego.
















CONVERSATION

2 comentários:

Back
to top