POEMA SUICIDA

Estou à beira do abismo,
Com a faca na mão, no pescoço.
Estou a beira de me envenenar,
Me jogar no fundo do poço.
Matar em mim, valores, conceitos,
Estrangular velhas verdades.
Aniquilar o velho eu,
E sorver as lágrimas do velório.
Dar passagem às novas idéias,
Encher-me, aos poucos, com um novo rebento.

Desejo guilhotinar as impurezas,
Torturar minhas iniquidades.
Tornar-me morto... todos os dias,
Todas as noites!
Dormir e não acordar na mesma pele.
Quero modificar minhas estruturas,
Mudar o jeito de escrever.
A maneira que me visto, me embriago,
Transformar o jeito que afago.
Mudar o rumo, a rota.

Quero matar-me hoje, agora.
Não quero ver o amanhã!

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