PONTE

Que te faço de tua língua,
Minha ponte encarnada.
Que te laço em minha alma,
Tua gruta escarlate.

Sentir teu cheiro,
Arder num frio,
É o que faço!

Armar meu ninho
Em teu vazio...
Me desfaço.

O que dizer da lembrança,
Da rósea loira presença
Dos teus passos
Em meu peito, meu quadril?

O que falar da tua orgia,
Da tua doce agonia,
Quando o Sol d'ouro
A outra face emprestava?

Eis o teu mar de lama.
Eis a tua ponte de sangue.
Desejo-te em mim... minha cama.
Desejo montanhas além de montes.

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