ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE

Se morri muitas vezes,
Se matei outras tantas.
Se continuamos vivos,
Sapateando sobre nossas lápides.

Se, em nossos velórios diários,
Regados com água e sal.
Quotidianas lágrimas molhando
Singelas flores desperdiçadas.

Se, usares agudo punhal
Em tua vil vingança.
Enfiando-o contínua e lentamente
Em minha carne, dia após dia.

Se, no auge de minha agonia,
Acreditei no mar azul anil
E busquei no teu par
O profundo do meu pavor febril.

Se caímos em nossos sonhos
Moribundos traços de esperança.
Se, apesar de tu e eu... nós
Vivemos juntos então.

É porque tínhamos um propósito.
Possuíamos entidade controversa,
Inquieta em nosso íntimo.
Ansiando por morte em nossas vidas.




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