Quando mais jovem
Eu era criança
Era eu infeliz?
Me achava infeliz
Por não ser adulto
Por não ter um carro
Desejava liberdade.
Compensações existiam
Espalhavam-se por toda casa
Pelo quintal, toda parte
Por cima da goiabeira
Em meio ao parque.
Insólitos prazeres perpetuados
Durante os banhos de lama
Nas chuvas de inverno
Guerras de travesseiro... na cama
Nas "peladas" do meio-dia.
Ah! Férias na casa da avó
Amor de qualquer maneira
Doce, chocolate, frigideira
Histórias noturnas... vela, candieiro
Carícias maternais, cadeira de balanço.
Meu Deus! Tempo eterno transformado
Eterno tempo esmaecido em lembranças
Ah! Se pudesse agarrá-lo...
Fazê-lo voltar atrás, para ser criança.
Hoje alguns anos depois
Vejo o quanto era eu feliz
Tenho carro, sou adulto
Tenho liberdade? Não sei
Dizer que sou infeliz?
Injusto insulto...
Mas, ainda sim, gostaria
De voltar à minha criança um dia
Ou, pelo menos, deixá-la brincar um pouco
Ontem mesmo ela apareceu
A passear nos campos de morangos dos sonhos
Passou o dia brincando e lembrando...
Retornando aos tempos simples, singelos
Que, para ser feliz... ser livre
Bastava pular o muro de casa.
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Quem sou eu

- Silvio Rosario
- ... apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco...
Ah como sinto falta de ser criança. Seu poema me fez refletir. Um grande abraço primo.
ResponderExcluirFico feliz em poder despertar este sentimento de saudosismo... Espero que isto lhe faça bem.
ResponderExcluirBjs Primona...