O homem velho do Cosme Velho...

... O caminhar daquele velho homem me intrigou. Como se estivesse de volta à infância, parecia estar aprendendo a andar. Nessa hora, o mundo parou. Paramos também para celebrar a descoberta...

Me questionei acerca da posição daquele velho. Em momento algum sentí o constragimento hipócrita de chamá-lo "velho", porque envelhecer é uma dádiva... um privilégio. Nas sociedades antigas as pessoas mais velhas possuíam função estabelecida. Eram valorizadas pelo que traziam consigo ao longo da vida... pela experiência e sabedoria. Eram fonte de consulta e consolo aos mais jovens...

O homem velho deslocava-se pela calçada. Perseguimos a sua caminhada, passo a passo, até sua casa... Não possuía mais o "passo apertado", a pressa de chegar a algum lugar... Curtia cada movimento com desmedida paciência.

... Pensei o que seria a Infância e a Velhice senão duas formas distintas de se olhar o mesmo estágio da vida? Em muitos aspectos, as crianças e os velhos são parecidos... Um, premido pela precocidade da existência, se disponibiliza a viver tal qual o outro... que já percebeu a exiguidade dela...

Acho que o problema é o meio. O meio do caminho... Quando crescemos e somos iludidos pelas seduções da vida adulta, cometemos uma série de bobagens. Eu mesmo, cometi várias! Se possuíssemos a disponibilidade inocente das crianças e a maculada sabedoria dos velhos, seríamos mais felizes...

Beijos,

Silvio.

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