No escuro da manhã começo um novo dia.
São cinco horas e eu, insone, agarrado à agonia,
Acordo a pensar nas lutas do quotidiano que me espera.
O silêncio que ora ouço não se comparará à estrondosa rotina.
Das novas classes, velhas companhias, dos novos racismos enfrentados,
Desperto de há muito despertar e sinto que há pouco a fazer.
O silêncio que ora ouço me afronta.
Sei que é tornado prelúdio de intensa e inócua corrida,
Preenche o vazio do nosso destino, assemelha-se à morte.
O silêncio que ora ouço me traz angústia.
Me desculpo intimamente e, quieto, volto a escrever,
Olho para fora da janela e nada vejo.
Sinto-me péssimo pela manhã e isso me faz refletir.
Desejo retornar à cama, ao sono,
E, pela primeira vez, ouço outra solidão.
De um passarinho ensaiando os primeiros solfejos,
Demonstrando ser mais alegre do que eu.
O intenso breu da finda madrugada não é mais tão duro.
Agora são passarinhos que gorjeiam insistindo num novo dia,
Penso nos afazeres, olho para o relógio, penso no café.
Deixarei de escrever para me atrelar à realidade.
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