ESCRITOR SOLITÁRIO

Escrevo solitário.
Caminhante arbitrário, falastrão de mim.
Alinhavo cacos de sofrimento,
Carrego fardos de tormento,
Costuro início e meio, sem fim.

Escrevo antes de mim.
Profeta das palavras, predigo o que vejo.
Poeta sem poesia, amante sem desejo.
Anuncio a morte efêmera, aquela que marca,
Linda companheira, professora feroz.

Te desejo sempre, sedutora atroz.
Dos teus lábios sorvo o fel da verdade.
Os teus ombros trazem a cruz da maldade.
Pertenço a você... verdade, maldade, sedução.
Sou o que escrevo.

Que a poesia, que de mim se esvai,
Nunca seja farta, antes de tudo.
Que goteje, todos os dias, todas as horas,
Gotas de lágrimas, sangue e suor imundo
E inunde o mar de nossas almas.




CONVERSATION

0 comentários:

Postar um comentário

Back
to top